3 iniciativas que unem o empreendedorismo e a dança

Empreendedorismo
  • Empreendedorismo pode ser uma saída para aquelas mulheres que desejam viver da arte;
  • Artista afirma que é essencial encontrar parceiros que prezam pela qualidade do serviço;
  • Iniciativas tem foco em negócios na área Cultural.

Ao longo dos últimos anos, a cultura tem sido afetada com os desmontes e sanções do Governo Federal. Durante a pandemia da Covid-19, mais de 48% dos trabalhadores do setor cultural e criativo tinham perdido totalmente a sua renda em julho de 2020, de acordo com a Pesquisa de percepção dos impactos da COVID-19 nos setores cultural e criativo do Brasil da Unesco.

Com o avanço da vacinação no país e o retorno de eventos, o empreendedorismo pode ser uma saída para aquelas mulheres que desejam viver da arte e ter mais autonomia de trabalho e renda.

Abaixo, confira três iniciativas lideradas por mulheres que unem o empreendedorismo e a dança:

Carvalho Studio de Dança

Fundado por Alexsandra Carvalho, artista plástica, bailarina e professora, o Carvalho Studio de Dança nasceu da vontade da empreendedora de ter um espaço capaz de promover danças com posicionamento e liberdade de atuação aos artistas. Além de levar para os alunos, a ideia da arte como exercício de empatia e lugar de luta social.

“Combater o racismo e os preconceitos de gênero são questões de primeira ordem em nosso fazer artístico. Nossa empresa, que agora começa a se estruturar como uma cooperativa, parte desse pressuposto para existir”, disse Alexsandra.

Alexsandra conta que a arte sempre esteve presente em sua vida de forma individual e via a dança apenas como hobby. Ela não deseja ter um empreendimento, mas com o falecimento do pai precisou deixar a carreira acadêmica e dar aulas de Filosofia e Arte.

“Empreender é uma tarefa muito difícil, principalmente porque a maioria dos artistas trabalham com a administração de seus negócios porque precisam e não porque necessariamente sabem fazê-lo. Eu errei muito, pois não comecei com bom capital de giro. Quase fechei três vezes. Friso que todas essas questões se tornam ainda mais difíceis para uma mulher negra”, afirmou ela.

Para os artistas que almejam ter o próprio negócio, Alexsandra afirma que é essencial encontrar parceiros que prezam pela qualidade do serviço e compartilham das mesmas ideias.

Se7e8ito Studio de Dança

Situado em Manaus, o Se7e8ito Studio de Dança trabalha com balé clássico, jazz e sapeato para crianças e adultos. O negócio foi criado pela bailarina Lígia Cavalcante, 26 anos, quando ela ainda estava na faculdade. Atualmente, o studio possui metodologia própria de ensino e certificação internacional da Unesco.

“Eu estava no 6º do curso de Dança na faculdade e passando por algumas dificuldades financeiras. Precisava ter mais liberdade e independência, foi nesse momento que decidi criar o Se7e8ito Studio de Dança”, contou ela.

Sobre as dificuldades de empreender, Lígia diz que nunca imaginou que questões administrativas e burocráticas fariam parte da sua rotina, mas o desafio tem lhe motivado.

“Quando a gente se propõe a empreender, a gente tem que estar disposta a essa caminhada de altos e baixos. É preciso se dedicar muito e aceitar que empreender é um super desafio, mas que vale a pena. Eu não almejava ser empreendedora, mas hoje sou muito feliz”, afirmou.

Twerk Recife

Criado por Briê Silva para fomentar a cena da dança Twerk em Pernambuco, o Twerk Recife funciona de forma on-line e em parceria com outros espaços administrados, como no caso do Studio Carvalho de dança.

“O empreendimento foi uma necessidade de sobreviver financeiramente, precisei sustentar meus estudos e trabalhar com a arte. É difícil empreender com arte, pois o sistema não valoriza nosso trabalho, tempo de pesquisa e serviços com a saúde das pessoas. Além de desconsideram a potencialidade de mudança na vida das pessoas ”, disse Briê.

A escola oferece cursos, oficinas, workshops e performances para alunas e outros professores. A ideia é que, a partir destes aprendizados, as alunas possam ter também oportunidades de trabalho com a arte.

“Vi uma necessidade em formar com outras mulheres uma rede de apoio, onde juntas trabalhamos para gerar rendas para todas, focando sempre em mulheres com baixa renda e mães artistas. Por isso o empreendedorismo na escola é focado em gerar renda para elas, principalmente pretas e mulheres indígenas, LGBTQIA+ e mães que precisam de todo o suporte”, ressalta Briê.

Fonte: Yahoo Finanças

Please follow and like us:
0
20
Pin Share20

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *