Caspa: dicas para acabar com o problema

Bem estar e Saúde

Os homens são os que mais sofrem com a caspa em razão da testosterona, que favorece a oleosidade. A boa notícia é o mercado crescente de tratamentos e produtos especializados no combate à dermatite seborreica

Por Ana Beatriz Gonçalves @anabiamg)

As propagandas mais conhecidas de xampu anticaspa seguem o mesmo roteiro: um craque ou outra figura ligada ao futebol mostra como se livrar do problema dermatológico, que atinge principalmente o público masculino. Neymar, Cristiano Ronaldo, Messi e até o ex-técnico Joel Santana já assumiram o papel. Essas campanhas buscam imprimir uma imagem de confiança e virilidade ao homem comum, driblando aquele golpe de autoestima durante as crises da chamada dermatite seborreica.

“Os homens têm pelo menos cinco vezes mais probabilidade de apresentar caspa, uma inflamação causada pelo acúmulo de óleo no couro cabeludo”, afirma Luciana Passoni, dermatologista especializada em cuidados capilares. A testosterona, que deixa a pele mais oleosa, é o que explica isso. Há, é claro, outros fatores, como a genética. E um risco grande de ser algo com que lidar pelo resto da vida, assim como ocorre com a calvície. Mas o problema tem jeito — para quem escolher os produtos corretos e se dispuser a adotar alguns cuidados no dia a dia.A intensidade da seborreia e da caspa estão ligadas a causas como stress e climaSofre com caspa? Saiba como amenizar este problema

Dá para controlar

Na questão estética, incomoda a presença dos chamados flocos de descamação, com aspecto de neve, que aderem aos fios e marcam as camisetas mais escuras. Como primeiro passo para se livrar do sintoma, muita gente corre para os xampus anticaspa mais conhecidos, nas prateleiras de farmácias e supermercados. Esses produtos podem ser eficazes para parte dos consumidores, mas há o risco de efeito rebote para outros, com uma melhora inicial que deixa de se repetir. Isso porque a maioria deles possui em sua composição substâncias como adstringentes, sulfatos, parabenos…

“Opte por xampus mais naturais dessa categoria”, recomenda Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia e diretor do Instituto do Cabelo. Além disso, o médico reforça que a questão merece a atenção de um profissional. “A caspa pode sofrer uma contaminação secundária por fungos ou bactérias.” O xampu especializado consiste em uma das soluções para o problema, mas nem de longe é a única. Existe hoje um leque amplo de tratamentos, que variam em intensidade e custo. Eles atendem a duas situações: as de emergência, isto é, para quem está em crise, e as de prevenção, para aqueles que querem evitar que a “nevasca” aconteça.

Coça-coça

A coceira, causada pela irritação na pele, é um dos principais sintomas da caspa. Porém, há tratamentos para conter essa comichão e a dermatite seborreica como um todo rapidamente. Uma das apostas do mercado são os lasers de baixa frequência, procedimento capaz de acalmar os folículos com a aplicação de medicação direta mente no local da inflamação. A quantidade necessária de sessões depende do caso. Elas ocorrem em consultório e costumam variar de R$ 700 a R$ 1 mil cada uma. “A melhora é significativa e aliviante”, garante Luciana. Caso o “fogo” não apague, a medicação oral também se mostra uma opção.

O tricologista Barsanti pontua que a caspa pode evoluir para outros quadros, a exemplo da foliculite. Os probióticos entram nesse balaio e são indicados para balancear as bactérias presentes no couro cabeludo. Eles aparecem em dois formatos, pílulas e séruns, como pós-xampus finalizadores. Em conjunto com o acompanhamento médico, existem alguns macetes importantes no dia a dia para melhorar o bem-estar durante um acesso de caspa, além, é claro, de ajudá-la a ir embora.

São eles: deixar a região livre de bonés, gorros e outros acessórios; evitar comidas gordurosas e beber bastante água (no mínimo, oito copos ao dia); não dormir de cabelos molhados; tomar banho com água em temperatura de morna para fria; deixar que os fios sequem naturalmente; não usar condicionadores, pomadas ou géis (condicionadores porque são hidratantes que contêm gordura, e os demais porque possuem álcool na composição); e, por fim, evitar massagear a área inflamada.

A importância do sol

Um cuidado menos manjado nas estratégias anticaspa é manter uma rotina diária de exposição à luz solar. “Um período de pelo menos 15 minutos na parte da manhã já ajuda”, garante Barsanti. Isso acontece por que os raios reduzem a inflamação dos poros do couro cabeludo causada pelo aumento de produção das glândulas sebáceas. Na hora de usar o secador, deixe-o na temperatura média e a uma distância de pelo menos 30 centímetros da cabeça. Além disso, vale manter uma alimentação balanceada e controlar principalmente o consumo de gorduras (pois é, isso ajuda até na prevenção da caspa).

Caspa pega?

Uma associação comum, porém errônea, que se faz em relação à dermatite seborreica é com o diagnóstico de pediculose da cabeça, termo técnico para a infestação de piolhos. O quadro clínico em ambos os casos pode ser marcado por coceira e irritação no couro cabeludo, no entanto a pediculose é bastante transmissível. “A caspa não é contagiosa”, explica Luciana Passoni. Uma pessoa diagnosticada com dermatite pode, então, dividir escovas e pentes, fronhas de travesseiro e toalhas de banho com o parceiro. Se o quadro evoluir para uma infecção por fungo ou bactéria, em casos mais extremos, aí sim os produtos de higiene pessoal devem ser separados.

Alarme falso

Se a coceira e a irritação conseguem ser confundidas com piolhos, outro sintoma pode acabar embaralhando o diagnóstico. A descamação do couro cabeludo às vezes surge como possível alarme falso. O tricologista Barsanti cita como fatores que provocam o fenômeno, além da caspa, a psoríase, a desidratação, alguma reação alérgica e queimaduras de sol. “Na dúvida, procure sempre um dermatologista”, finaliza.

Fonte: GQ Globo

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