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 A “Sorte” Que Só Alcança Corpos Negros- 

15/06/2025

Relatos de abordagens discriminatórias em aeroportos reacendem o debate sobre racismo institucional e pressionam autoridades por mudanças concretas.

:Por Lucia Alves 

Relatos de abordagens discriminatórias em aeroportos reacendem o debate sobre racismo institucional e pressionam autoridades por mudanças concretas.

No Brasil de 2025, não é apenas a bagagem que passa por inspeção nos aeroportos — é também a cor da pele. O psiquiatra Dr. Cleber Firmino usou as redes sociais para relatar um episódio constrangedor que viveu no Aeroporto de Salvador, denunciando mais uma vez o racismo institucional que permeia as práticas de segurança aeroportuária no país.

“A Polícia Federal me disse que sou uma pessoa de sorte por ser tantas vezes selecionado para abordagem. Mas sorte, pra mim, é quem acerta a Mega da Virada. Isso que me acontece tem outro nome: é racismo”, afirmou Firmino, visivelmente indignado.

Dr Cleber Firmino (Psiquiatra) relatou sua indignação

Segundo ele, apenas 3% dos passageiros são selecionados para revistas aleatórias. “Como é que esse tipo de abordagem se repete comigo e com tantos outros com o mesmo perfil que o meu?”, questiona, expondo a lógica racial seletiva que opera por trás da aparente aleatoriedade.

A “sorte” que mataDr. Firmino ainda lembrou casos emblemáticos de racismo que tiveram consequências trágicas, como o do universitário Igor de Melo, baleado após ser confundido com um criminoso. “Essa é a sorte que mata pessoas negras nas ruas todos os dias”, declarou.

O caso se soma ao das deputadas negras Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG), que também denunciaram, semanas antes, abordagens humilhantes no Aeroporto de Guarulhos. Ambas situações expõem um padrão: ser negro em aeroportos brasileiros é, muitas vezes, carregar o peso da suspeição automática.

Reações e Caminhos para Mudança diante da pressão social, ANAC e Embratur lançaram a campanha “Embarque Numa Boa”, prometendo mais transparência e respeito durante os procedimentos de segurança. Mas especialistas e ativistas questionam: campanhas serão suficientes para mudar estruturas racistas?

Organizações como o Fundo Brasil de Direitos Humanos têm apostado em ações de base, como o edital “Enfrentando o Racismo a partir da Base 2025”, que fortalece instituições negras que atuam nos territórios.

Não é exceção. É estrutura.Quando nem representantes públicas eleitas nem um psiquiatra respeitado escapam da “aleatoriedade” racista, o país precisa parar de fingir que se trata de exceções. A repetição denuncia a estrutura.

A fala de Dr. Cleber resume bem o sentimento coletivo:

“A sorte que dizem que tenho é a mesma que faz jovens negros morrerem na rua. Isso não é acaso. Isso é o sistema.”

Denúncias de abordagens discriminatórias em aeroportos reacendem o debate sobre racismo institucional e pressionam autoridades por mudanças efetivas.

Em 2025, no Brasil, a inspeção aeroportuária parece se estender além da bagagem, atingindo a cor da pele. O psiquiatra Dr. Cleber Firmino utilizou as redes sociais para expor um episódio humilhante no Aeroporto de Salvador, reiterando a presença do racismo institucional nas práticas de segurança.

“A Polícia Federal insiste que sou sortudo por ser frequentemente selecionado para abordagens. Mas sorte seria ganhar na Mega da Virada. O que me ocorre tem outro nome: racismo,” indignou-se Firmino.

Segundo ele, apenas 3% dos passageiros são submetidos a revistas aleatórias. “Como se explica essa repetição comigo e com tantos outros de perfil semelhante?”, questiona, evidenciando a lógica racial seletiva sob a aparente aleatoriedade.

A “sorte” que mata. Dr. Firmino lembrou casos trágicos de racismo, como o do universitário Igor de Melo, morto por ser confundido com um criminoso. “Essa é a sorte que mata negros nas ruas diariamente,” lamentou.

O caso de Firmino junta-se às denúncias das deputadas Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG), que relataram abordagens humilhantes no Aeroporto de Guarulhos. Ambos os casos revelam um padrão: ser negro em aeroportos brasileiros frequentemente implica ser automaticamente suspeito.

Diante da pressão social, ANAC e Embratur lançaram a campanha “Embarque Numa Boa”, prometendo transparência e respeito. Contudo, especialistas e ativistas questionam se campanhas serão suficientes para transformar estruturas racistas.

Organizações como o Fundo Brasil de Direitos Humanos investem em ações de base, como o edital “Enfrentando o Racismo a partir da Base 2025”, fortalecendo instituições negras.

Não são exceções, mas sim a regra. Quando figuras públicas e um psiquiatra renomado são vítimas da “aleatoriedade” racista, o país precisa reconhecer a realidade da estrutura. A reincidência denuncia a estrutura.

A fala de Dr. Cleber sintetiza o sentimento coletivo: “A sorte que dizem que tenho é a mesma que leva jovens negros à morte. Isso não é acaso. É o sistema.”

Publicação-Lucia Alves- jornalismo- Comunicação- colunista social- Vice-presidente do Conselho de Inclusão Da Abime Brasil (Ass. Brasileira e Internacional de Mídia Eletrônica)- mídia- @Impactocultural_revista

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