Nana Caymmi morre aos 84 anos e deixa um legado eterno na música brasileira

01/05/2025
Nana Caymmi morre aos 84 anos e deixa um legado eterno na música brasileira
A música popular brasileira perdeu nesta quarta-feira, 1º de maio de 2025, uma de suas intérpretes mais marcantes. Nana Caymmi faleceu aos 84 anos, no Rio de Janeiro, após passar nove meses internada na Casa de Saúde São José, em Botafogo. Ícone da MPB, a cantora enfrentava complicações cardíacas, agravadas por uma overdose de opioides sofrida no dia de seu aniversário, 29 de abril, segundo informações de seu irmão, o músico Danilo Caymmi.
Filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Nana nasceu em 1941 cercada de música e poesia. Cresceu entre partituras, violões e vozes potentes — cenário que formaria a artista intensa que o Brasil aprendeu a respeitar.
Sua carreira ganhou visibilidade nos anos 1960, quando venceu a fase nacional do Festival Internacional da Canção com “Saveiros”, composta por Dori Caymmi e Nelson Motta. Foi vaiada na ocasião, mas seguiu firme — como sempre faria — construindo uma trajetória marcada por personalidade, autenticidade e talento.
Com uma voz grave e inconfundível, Nana não se curvava às regras do mercado. Gravou apenas o que quis, quando quis, e como quis. Em entrevista ao jornal O Globo, chegou a declarar: “Se quiser me cancelar, cancela. Gravei só o que quis.”
Entre seus discos mais emblemáticos estão “Bolero” (1993), “Resposta ao Tempo” (1998) e “Nana, Tom, Vinícius” (2020). Seu repertório era sofisticado e emocional, com interpretações de obras de Tom Jobim, Milton Nascimento, Roberto Carlos e tantos outros. Seu talento foi reconhecido com diversas premiações, incluindo indicações ao Grammy Latino.
Mais do que uma grande cantora, Nana era um símbolo de resistência artística. Nunca foi refém das tendências. Sempre valorizou a essência, o silêncio entre as notas e a verdade por trás de cada verso.
Sua partida é sentida em toda a cena musical, por colegas, fãs e por todos que reconhecem o valor de uma voz que sabia sofrer — e transformar isso em arte.
Nana Caymmi agora faz parte da eternidade. E a eternidade, sem dúvida, ficou mais musical.
Nana Caymmi, 1941 – 2025
Publicação-Lucia Alves- jornalismo- Comunicação- colunista social- Vice-presidente do Conselho de Inclusão Da Abime Brasil (Ass. Brasileira e Internacional de Mídia Eletrônica)- mídia- @Impactocultural_revista