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MATÉRIA ESPECIAL – O PAPA FRANCISCO E O FIM DE UMA ERA VIVA

21/04/2025

O Papa que não saiu pela porta dos fundos – Francisco e o fim de uma era viva

Ele chegou como um estranho vindo “do fim do mundo”, e partiu deixando o mundo mais humano. Francisco não foi só um Papa. Foi o ruído que a Igreja precisava escutar.

O Vaticano amanheceu mais silencioso hoje. Não por falta de orações. Mas, porque uma das vozes mais desconfortáveis da fé foi calada.

Morreu, aos 88 anos, o Papa Francisco.

VATICAN CITY, VATICAN -. (Photo by Stefano Costantino/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

Não no sentido clerical — porque seu papado já se dissolvia em reforma viva. Mas morreu o homem, o peregrino teimoso, o jesuíta que abriu as janelas de um palácio que sempre teve medo de vento.

No pátio da Casa Santa Marta, o café não foi servido com o habitual aroma de costume. As freiras passaram devagar, algumas com os olhos úmidos. Não se ouviam sinos. Só o som seco do sapato de um cardeal arrastando no mármore.

Era como se o mundo estivesse esperando que ele fizesse mais uma coisa inesperada — como quando disse “quem sou eu para julgar?” e virou manchete até de jornal ateu.

Francisco foi o Papa que recusou o trono. Preferiu o banco da frente do ônibus. Vestiu a batina como quem veste o povo: com simplicidade, mas nunca com medo.

Ele falava como um pai, agitava como um ativista, e rezava como um menino que ainda acredita.

Chamaram-no de progressista. Mas ele só olhava para o Evangelho com os olhos de 2025. A diferença é que muitos ainda estavam com os olhos de 1320.

Ele pediu perdão por pecados que não cometeu. Defendeu minorias que não iam à missa. E por isso, muitos rezaram contra ele.

No fim, não o derrubaram. Francisco se manteve de pé. Mais firme que a Cúria, mais simples que seus sapatos gastos — e mais escutado do que muitos que gritavam contra ele.

Hoje, o mundo não perde só um Papa. Perde um símbolo raro: o de que é possível ocupar o topo sem deixar de tocar o chão.

Francisco não morreu como chefe de Estado. Morreu como pastor.

E se o céu existe do jeito que ele pregava… Hoje alguém lá está dizendo:

“Bem-vindo, irmão. A casa é sua.”

Nascimento 17/12/1936 Falecimento 21/04/2025

Publicação-Lucia Alves- jornalismo- Comunicação- colunista social- Vice-presidente do Conselho de Inclusão Da Abime Brasil (Ass. Brasileira e Internacional de Mídia Eletrônica)- mídia- @Impactocultural_revista

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