São Paulo — Foi lançado esta semana o aguardado filme “Ney Matogrosso — Homem com H”, uma cinebiografia que mergulha na vida e obra de um dos artistas mais transgressores e celebrados da música brasileira. Com direção de Esmir Filho, o longa propõe mais do que uma simples retrospectiva da carreira de Ney: ele é um manifesto visual sobre liberdade, expressão e identidade.
O documentário mistura imagens de arquivo, performances emblemáticas e depoimentos que traçam um retrato multifacetado do cantor. Ney surge em cena como símbolo de resistência cultural e sexual em um país historicamente marcado por censuras — políticas e morais. A produção, aclamada em festivais como a Mostra de Cinema de São Paulo, chega aos cinemas com distribuição nacional e já movimenta a crítica especializada.
“O filme não quer explicar Ney. Ele quer senti-lo”, afirmou Esmir Filho na coletiva de imprensa realizada no CineSesc. “É sobre a força poética de um corpo em movimento, sobre a coragem de ser quem se é, mesmo quando isso afronta o status quo.”
Arte como contracultura
Desde os tempos do Secos & Molhados, Ney Matogrosso se estabeleceu como uma figura que desafiou as normas do comportamento de gênero, da estética e da arte. O filme explora essas camadas com delicadeza, evitando o didatismo. Em vez de narração explicativa, são os gestos, os olhares e a própria voz de Ney que conduzem a narrativa.
A trilha sonora é uma viagem emocional, com clássicos como “Rosa de Hiroshima”, “Sangue Latino” e “Homem com H” ganhando nova força no contexto audiovisual. A montagem é frenética, sensorial, em sintonia com a intensidade do protagonista.Retrato político de uma geração
O filme também se ancora na história recente do Brasil. Ney atravessa décadas, ditaduras, reaberturas e retrocessos. E permanece inquieto. Em tempos de crescente conservadorismo, sua figura se agiganta como lembrete de que a arte pode — e deve — confrontar, provocar, iluminar.
“Ney não é só um artista. Ele é um marco civilizatório”, disse a filósofa e comentarista cultural Djamila Ribeiro, após a première. “Este filme nos devolve um pouco do que perdemos: coragem, lirismo e radicalidade.”
Além do espetáculo
Mais do que uma homenagem, “Ney Matogrosso — Homem com H” é uma experiência. Uma obra que, ao narrar a trajetória de um indivíduo, fala sobre todos nós — nossas repressões, desejos e sonhos. E nos lembra que, no fim das contas, viver é também performar.
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O longa chega em um momento oportuno, em que o Brasil debate identidade, liberdade de expressão e os limites da arte. Ney, aos 82 anos, continua mais atual do que nunca. E o cinema brasileiro, ao retratá-lo com tanta dignidade e vigor, acerta em cheio ao resgatar o espírito de uma era que insiste em não morrer.
Serviço — Onde assistir e como comprar ingressos
O filme Ney Matogrosso — Homem com H está em cartaz nos principais cinemas do país, incluindo redes como Cinemark, UCI, Cinépolis e Espaço Itaú de Cinema, além de salas independentes.
Ingressos podem ser adquiridos:
Pelo site da sua rede de cinema favorita
Em aplicativos como Ingressos.com, Sympla ou Velox Tickets
Diretamente na bilheteria dos cinemas
Dica: Algumas sessões especiais contam com debate após o filme ou brindes exclusivos para os fãs. Vale conferir a programação da sua cidade.
Publicação-Lucia Alves- jornalismo- Comunicação- colunista social- Vice-presidente do Conselho de Inclusão Da Abime Brasil (Ass. Brasileira e Internacional de Mídia Eletrônica)- mídia- @Impactocultural_revista