A comercialização de algodão brasileiro enfrentou uma desaceleração durante o mês de setembro, por conta da disparidade entre os preços de compra e venda. Os preços do algodão também caíram e voltaram ao nível de meados de agosto, aumentando no fim do mês.
Segundo o Índice CEPEA/ ESALQ do algodão, setembro fechou em R$ 5,6666/ libra, uma alta de 5,8% em relação ao mês anterior. A média mensal chegou aos 5,3184 reais/ libra, o maior patamar, em termos nominais (Cepea).
De acordo com a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a colheita do algodão da safra 2020-21 terminou e 52% do produto foi processado até 26 de setembro. A produção brasileira é estimada em 2,32 milhões de toneladas.
“Enquanto os agricultores estavam tentando vender o produto a preços mais altos, os compradores não quiseram pagar mais pelo algodão, alegando dificuldades para aumentar os preços dos subprodutos”, indicou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) em seu último relatório quinzenal sobre o mercado brasileiro de algodão.
“Em geral, os agentes de processadores trabalharam com o produto sendo entregue (previamente adquirido por meio de contratos), mas alguns compradores também tiveram interesse em fechar negócios para entrega nos próximos meses”, completou.
De acordo com dados da BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias), 351.650 toneladas de algodão foram vendidas ao mercado interno e 434.660 toneladas destinadas à exportação até 27 de setembro. Os contratos de exportação com opção de venda no mercado brasileiro totalizaram 98.850 toneladas. Assim, pelo menos 885.160 toneladas podem ter sido vendidas, o que representa 38,2% da produção prevista para o Brasil.
Fonte: Guia Jeans Wear