A Volkswagen acaba de anunciar a produção do primeiro caminhão elétrico desenvolvido 100% no Brasil, o e-Delivery. De acordo com a empresa, foram gastos R$ 150 milhões para adaptar a da fábrica em Resende (RJ), a fim de produzir o lançamento.
O e-Delivery deve custar aproximadamente 2,7 vezes o valor de um caminhão com motor a combustão.
Primeiro caminhão elétrico do Brasil
Assim, o modelo (4×2), que tem 11 toneladas, saiu da linha final de montagem na última segunda-feira (14/06). Além do modelo, de acordo com a empresa, será fabricado um caminhão ainda maior. No caso, um 6×2.
Por outro lado, a Volkswagen defende que o custo total operacional para ter um veículo elétrico seja 60% menor do que o de um caminhão a diesel. Com isto, tornando os elétricos da categoria mais atrativos. Também, com payback em cerca de 12 meses.
“Isso acontece porque o motor elétrico exige muito menos manutenção do que o motor a combustão. Além disso, quando colocamos na ponta do lápis o custo da gasolina versus o da energia elétrica, também é possível entender essa redução”, explicou o presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, em entrevista para a revista Exame.
Atualmente, de acordo com a montadora o primeiro caminhão elétrico do Brasil, o e-Delivery, tem autonomia de 200 km sem precisar recarregar a bateria.

Fabricação de 100 unidades neste ano
A Volkswagen ainda revela que devem ser fabricados, em média, 100 unidades do caminhão elétrico em 2021. Além disso, com objetivo de entregar 1 mil unidades em 2022 e 3 mil ao ano, até 2023.
A montadora já tem clientes para o lançamento e um dos principais é a AmBev. A fabricante de bebidas já firmou contrato com a montadora para 1.600 unidades do e-Delivery.

Bateria ainda é desafio para a fabricação nacional dos elétricos
Embora já esteja projetada a demanda, a Volkswagen considera a redução do preço ao longo dos próximos anos. Em especial, por meio da nacionalização da produção das baterias – já que o componente é o maior custo de fabricação do primeiro caminhão elétrico do Brasil.
Por exemplo, atualmente, montadora exporta a bateria da empresa chinesa Contemporary Amperex Technology (CATL) . Mas, a Volkswagen já firmou acordo com a CATL, a fim de baratear o componente para os próximos anos.
Assim, ao longo dos próximos anos, deve-se importar lítio para aplicação em todos os componentes da bateria nacionalmente. Dessa maneira, o produto se tornará mais barato para a Volkswagen.

Programa prevê não impor veículo elétricos no Brasil
E por falar nos veículos elétricos, enquanto isso, a Resolução Nº 7 (abril/2021) institui o “Programa Combustível do Futuro”. Neste caso, com o objetivo de, primeiramente, conduzir o desenvolvimento tecnológico dentro da realidade brasileira.
A resolução surgiu como resposta ao PL 304/2017, que tramita no Senado. O PL institui, dentre várias medidas, a política de substituição dos veículos a combustíveis. No entanto, para as montadoras, deve existir um planejamento – já que a indústria automobilística representa mais de 20% do PIB industrial do país.
Assim, de acordo com as montadoras, o setor não comporta a imposição de um decreto sem planejamentos. Isso porque a tecnologia de veículos elétricos ainda está em evolução. Dessa forma, os investimentos têm custos elevados, tornando a produção pouco competitiva.
A Resolução Nº 7 ainda propõe medidas para incrementar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono. Também, a descarbonização da matriz energética do transporte e com princípios de proteção dos interesses do consumidor.
Além disso, o uso de fontes alternativas de energia, mediante o aproveitamento econômico dos insumos disponíveis, das tecnologias aplicáveis e fortalecer o desenvolvimento tecnológico nacional.
Fonte: garagem360.com.br