SEMANA TEM OSESP COM MAESTRO MARC ALBRECHT E IRMÃOS JUSSEN, E PRIMEIRO RECITAL DO CORO DA OSESP DO ANO

Cultura

Orquestra toca programa com Satie, Poulenc e Stravinsky, enquanto Coro e solistas interpretam a ‘Petite Messe Solennelle’, de Rossini, com ingressos a R$ 50; performance de sexta-feira (24/mar) será transmitida ao vivo no canal da Osesp no YouTube.


Dando continuidade à Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp recebe nesta semana seu segundo regente convidado do ano, o alemão Marc Albrecht, para os concertos de quinta (23/mar) a sábado (25/mar) na Sala São Paulo. Os pianistas holandeses Lucas e Arthur Jussen serão os solistas das apresentações, cujo programa reúne as Gymnopédies, de Erik Satie; o Concerto para Dois Pianos e Orquestra de Francis Poulenc; e a revolucionária A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky. Lembrando que a performance de sexta-feira (24/mar), às 20h30, contará com transmissão ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.

Já no domingo (26/mar), às 18h, o Coro da Osesp realiza o primeiro dos cinco recitais programados para esta Temporada. Regido pelo britânico Thomas Blunt, que retorna à Sala, e acompanhado de solistas da casa, o corpo artístico apresenta a Petite Messe Solennelle, do italiano Gioacchino Rossini, nessa noite de estreia. Os ingressos têm valor único de R$ 50,00 (preço inteiro).

As Gymnopédies, compostas em 1888, são provavelmente a obra mais conhecida de Erik Satie (1866-1925). Elas devem muito dessa popularidade à orquestração de Claude Debussy, com o qual o compositor estabeleceu uma relação fraternal por cerca de três décadas. Robert Orledge conta que, em uma noite de inverno, Satie expôs-se a uma longa caminhada ao ar livre sem camisa. Esse momento de excentricidade um tanto romântica resultou em uma séria bronquite e em um longo período de convalescência, no qual o compositor dedicou-se à leitura de Péladan e Flaubert. Nesse período, também esboçou suas Gymnopédies, as quais Satie diria serem inspiradas no romance Salammbô deste último.

Francis Poulenc (1899-1963) dedicou seu Concerto para Dois Pianos a Winnaretta Singer, Princesa Edmond de Polignac, filha de Isaac Singer, o inventor das máquinas de costura Singer. Embora nascida em Yonkers, no estado de Nova York, ela cresceu em Paris, onde passou a organizar um influente salão artístico e social, tido por alguns como o mais importante para a música de vanguarda da Paris entreguerras. Poulenc e os demais membros do grupo Les Six eram frequentadores assíduos, bem como Fauré, Stravinsky, Falla, Satie, Widor, Nadia Boulanger e Debussy – a nata dos compositores da época. Em seu livro Music’s Modern Muse, Sylvia Kahan descreve a vida extraordinária da princesa de Polignac e a importância de seu salão. Em 1932, a princesa encomendou o Concerto para Dois Pianos com a intenção de que os solistas fossem Poulenc e Jacques Février. Poulenc concluiu o trabalho em três meses, naquele mesmo verão.

Escrita no ambiente fervilhante que precedeu a Primeira Guerra e a Revolução Russa, A Sagração da Primavera traz características comuns a várias criações artísticas do período: a busca pelas tradições culturais do passado longínquo, a nostalgia por um mundo primitivo, tribal e exótico, e a inquietação em relação ao futuro que se prefigurava sombrio e assustador. Igor Stravinsky (1882-1971) uniu-se ao bailarino Vaslav Nijinsky, que assinou a coreografia, e a Nicholas Roerich, artista e etnógrafo respeitado, responsável pelo conceito, cenário e figurinos do novo balé, baseado nos ritos ancestrais russos. A narrativa gira em torno da imolação de uma jovem oferecida aos deuses para garantir colheita abundante para sua tribo. Na estreia da Sagração, muito antes do fim, membros da plateia vaiavam, gritavam, assoviavam, batiam os pés, jogavam os chapéus para o alto, ameaçavam uns aos outros com bengalas, mulheres desmaiavam, numa confusão tão grande que a polícia teve que intervir. Na verdade, o tumulto se deu muito menos por conta da música do que da coreografia, rechaçada pelo público, que esperava a suavidade de um balé clássico e não a brutalidade do gestual que Nijinsky imaginara para retratar o ciclo implacável de nascimento e morte. Os figurinos pesados, que não realçavam os corpos dos bailarinos, e a falta de uma trama linear não ajudaram na aceitação do espetáculo.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Fundada em 1954, desde 2005 é administrada pela Fundação Osesp. Thierry Fischer tornou-se Diretor Musical e Regente Titular em 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, por Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Seus antecessores foram Yan Pascal Tortelier, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Bruno Roccella e Souza Lima. Em 2016, a Orquestra esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê na China. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira. Em outubro de 2022, a Osesp estreou no Carnegie Hall, em Nova York, realizando dois programas – o primeiro como convidada da série oficial de assinaturas da casa, o segundo com o elogiado projeto Floresta Villa-Lobos.

Coro da Osesp
Criado em 1994 e hoje reconhecido como referência em música vocal no Brasil, o grupo aborda diferentes períodos e estilos, com ênfase nos séculos XX e XXI e nas criações de compositores brasileiros. Gravou álbuns pelo Selo Osesp Digital, Biscoito Fino e Naxos. Entre 1995 e 2015, teve Naomi Munakata como Coordenadora e Regente. De 2017 a 2019, a italiana Valentina Peleggi assumiu a regência do Coro, tendo William Coelho como Maestro Preparador – posição que ele mantém desde então. Em 2020, o Coro se apresentou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, sob regência de Marin Alsop, repetindo o feito em 2021, em filme musical (virtual) com participação de Yo-Yo Ma e vários outros artistas, de sete países. Em 2022 realizou dois concertos com a Osesp nos Estados Unidos, o último deles no emblemático Carnegie Hall, em Nova York.

Marc AlbrechtO alemão é um dos mais aclamados maestros no cenário contemporâneo da ópera e de concertos. É bastante requisitado internacionalmente como regente do repertório austro-germânico do Romantismo Tardio, de nomes que vão de Richard Wagner e Richard Strauss a Zemlinsky, Schreker e Korngold. Ele também aprecia toda a gama de compositores que vai desde Mozart até a música contemporânea. Em 2021, Albrecht foi premiado com o Opus Klassik na categoria Regente do Ano, pelo álbum Zemlinsky – Die Seejungfrau [Zemlinsky – A Sereia], com a Netherlands Philharmonic Orchestra.

Thomas Blunt
Thomas Blunt estudou na Universidade de Cambridge e na Royal College of Music, ambas em Londres. Foi o primeiro inglês a participar da Allianz International Conductors’ Academy, onde ele trabalhou diretamente com a Filarmônica de Londres e a Philharmonia Orchestra. É extremamente versátil, regendo de Bach à música contemporânea, além de ser um entusiasta de óperas italianas. O inglês já se apresentou com orquestras como a Sinfônica de Londres, a Filarmônica Real de Liverpool, a RTÉ Concert Orchestra (Irlanda), a Musikkollegium Winterthur (Alemanha), a Glyndebourne Tour (Inglaterra), as Óperas Nacionais do País de Gales e do Reno (França) e a Konzert Theater de Berna (Suíça), onde foi Regente Principal.

Lucas e Arthur JussenOs irmãos Jussen atuaram junto a orquestras como a da Filadélfia, a Concertgebouworkest, a Academy of St. Martin in the Fields, assim como as Sinfônicas de Boston, Montreal, Sidney, Singapura, Xangai e da Cidade de Birminghan. Os pianistas colaboraram com regentes como Christoph Eschenbach, Valery Gergiev, Manfred Honeck, Sir Neville Marriner, Andris Nelsons, Yannick Nézet-Séguin, Jukka-Pekka Saraste e Jaap van Zweden. Desde 2010 gravando exclusivamente com a Deutsche Grammophon, seu álbum de estreia com composições de Beethoven recebeu a classificação “Platinum”, tendo ganhado a classificação “Gold” com a gravação dos concertos KV 365 e KV 242 de Mozart, em conjunto com a Academy of St Martin in the Fields e regência de Sir Neville Marriner.


PROGRAMAS

TEMPORADA OSESP: MARC ALBRECHT E IRMÃOS JUSSEN

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
MARC ALBRECHT 
regente
LUCAS JUSSEN 
piano
ARTHUR JUSSEN 
pianoErik SATIE | Gymnopédies [Orquestração de Claude Debussy]
Francis POULENC | Concerto para Dois Pianos em Ré Menor
Igor STRAVINSKY | A Sagração da Primavera

TEMPORADA OSESP: CORO DA OSESP, THOMAS BLUNT E SOLISTAS

CORO DA OSESP
THOMAS BLUNT
 regente
ERIKA MUNIZ soprano
SILVANA ROMANI contralto
LUIZ GUIMARÃES tenor
ERICK SOUZA barítono
FERNANDO TOMIMURA piano
RICARDO BALLESTERO piano
GABRIEL LEVY acordeão
Gioacchino ROSSINI | Petite Messe Solennelle


SERVIÇO

23 de março, quinta, às 20h30
24 de março, sexta, às 20h30 – Concerto Digital25 de março, sábado, às 16h30
26 de março, domingo, às 18h00 [Coro da Osesp]
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos ElíseosTaxa de ocupação limite: 1.484 lugaresRecomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 50,00 e R$ 258,00 [Osesp] e R$ 50,00 [Coro] (preços inteiros)Bilheteria (INTI): Neste link(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.

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