Ofício enviado pelo Ministro das Comunicações pede que operadoras reservem expressão 5G para redes com frequência dedicada
Após dizer publicamente que a tecnologia 5G DSS não pode ser considerada como quinta geração, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, enviou um ofício para as operadoras de telefonia móvel solicitando a remoção do ícone indicador de 5G quando um smartphone está conectado à uma rede com compartilhamento de espectro. O padrão é defendido pela GSMA, associação que representa fornecedores de telecomunicações.
Na carta, Faria pediu para que as operadoras considerem “reservar a expressão 5G para se referir exclusivamente a serviços enquadrados no padrão n° 16 do 3GPP”. Ele diz que a população é induzida a concluir que o 5G já foi implantado no Brasil, que não trouxe melhora significativa da qualidade de serviços móveis e torna “injustificado” o empenho do governo para a licitação de frequências.
O ministro não considerou que a exibição do ícone de 5G nos smartphones não se trata de uma competência exclusiva das operadoras de celular: o ícone também é implementado pelas fabricantes de dispositivos móveis, que utilizam a nomenclatura como diferencial na venda de produtos.
O Tecnoblog entrou em contato com a Conexis para saber qual o posicionamento da entidade que representa as principais operadoras, mas a entidade afirmou não ter recebeido o ofício do Ministério das Comunicações.
GSMA defende 5G DSS e afirma que padrão também é 5G
Enquanto o ministro diz que 5G DSS não é 5G, há quem defenda o contrário: a GSMA, associação global que reúne diversas operadoras e fornecedores de infraestrutura para telecomunicações, diz que a tecnologia de compartilhamento de espectro faz parte da quinta geração.
A entidade ainda diz que o padrão DSS foi definido nas versões 15 e 16 do 3GPP, e pode ser considerado como o primeiro passo para implantação do 5G com frequências dedicadas.
Em outros países o ícone de 5G é exibido mesmo quando o smartphone está conectado a uma rede DSS. Alguns aparelhos mostram um indicador diferente quando o dispositivo se encontra em uma área de cobertura com frequências milimétricas (mmWave).
Claro, TIM e Vivo utilizam 5G DSS no Brasil
O 5G DSS já é realidade no Brasil, mas apenas para quem tem um smartphone compatível e esteja na área de cobertura das operadoras.
5G DSS da Claro atinge 143 Mb/s em Moto G 5G Plus (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
- A Claro é a empresa que mais veicula campanhas publicitárias enaltecendo o 5G. A cobertura de DSS da tele abrange em bairros de 14 cidades brasileiras.
- A Vivo também possui 5G DSS em regiões de oito capitais do Brasil. A operadora também diz que a tecnologia de compartilhamento de espectro não traz a mesma experiência do 5G com frequências dedicadas.
- A TIM também tem 5G DSS, mas não considera a tecnologia como “5G de verdade”. A empresa tem sinal com compartilhamento de espectro em regiões de oito municípios, com expansão recente para Santos e Campinas.
Apesar de ter sido vendida, a Oi Móvel também aposta no 5G, mas sem compartilhamento de espectro. A operadora ativou uma rede em Brasília com frequência dedicada de 2,1 GHz, e a cobertura atinge 80% da capital federal.
Fonte: Tecnoblog.net