Harmonia setorial supera crise

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*Edmar Bull

A pandemia da Covid-19 instaurou uma crise sem precedentes na história do setor de viagens e turismo. No Brasil, as consequências socioeconômicas são agravadas pela falta de união entres os diferentes elos que compõem a rede de distribuição e fornecedores que ofertam produtos e serviços.
Agir com base no “salve-se quem puder” só faz comprometer ainda mais a busca por alternativas que possibilitam mitigar perdas.
O alicerce necessário para retomar a movimentação setorial pressupõe o resgate de boas práticas. Por isso, cabe relembrar episódios que marcaram ganhos conquistados a partir da união de esforços em busca de um propósito comum, a exemplo do que fizemos para evitar a saída da Transbrasil da ponte aérea Rio/SP.
Em 2009, ao comemorar 15 anos, o Fórum de Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais – FAVECC já recordava, com satisfação, o fato de ter reunido recursos financeiros necessários, em prazo recorde, para dar pronto atendimento aos clientes das agências de viagens associadas, ao garantir a continuidade da operação da Transbrasil na concorrida rota.
Fato ocorreu durante a primeira gestão de Francisco Leme da Silva na presidência da entidade, graças à disponibilidade de diálogo mantido com Arley Silva, à época diretor de vendas daquela Cia. aérea.
Iniciativas como essa, além de motivarem a saudável competição de mercado, demonstraram a importância do FAVECC em harmonizar relacionamentos entre diferentes elos produtivos.
A mesma palavra, harmonia, que serviu para batizar o nome do projeto que conduziu a fusão da Travel Management Brasil – TMC Brasil com o FAVECC e deu origem a Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas – Abracorp, agora volta a ter destaque para a reflexão de todos.
Cabe lembrar ainda que, quando outra empresa aérea foi lançada no mercado brasileiro com o propósito de evitar a intermediação, posicionada em defesa da venda direta, sob o pretexto de reduzir custos operacionais, em curto espaço de tempo percebeu a necessidade de rever rumos. Na prática, tratou de harmonizar relações com a rede de distribuição, reviu estratégia comercial, passou a liderar vendas no mercado de viagens corporativas e garantiu a expansão da malha.  
É certo que, após superarmos com segurança os limites impostos pelas medidas sanitárias que hoje inibem a demanda por viagens, companhias aéreas, que realizam voos regionais, nacionais e internacionais; meios de hospedagem, que ofertam diárias para diferentes perfis de clientes; locadoras de automóveis, serviços de transfer; operadoras de cruzeiros marítimos; cartões de assistência aos viajantes, entre outros fornecedores, precisão, cada vez mais, contar com a força de vendas da rede de distribuição.
A tragédia humanitária que vivenciamos por conta da Covid-19, faço votos, há de despertar novamente o desejo de todos darem as mãos. Em movimentos como Unidos pela Vacina, que mobilizam a sociedade civil organizada em uma série de ações colaborativas, 100% dedicadas ao bem comum, encontramos inspiração nas atitudes de Chieko Aoki, amiga de longa data; Luiz Helena Trajano e em tantos quantos cooperam, para seguir fazendo o que é preciso ser feito. Vamos superar! 
*Edmar Bull é presidente da Copastur
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