Tênis da Nike com rendas em padrões intrincados que evocam o trabalho de Simone Rocha, equipamento para esquiar produzido pela Jacquemus ou looks tartan de Junya Watanabe com silhuetas ainda mais exageradas que a de seus desfiles físicos. Nas últimas semanas, você deve ter se deparado com alguma dessas imagens nos perfis de moda no Instagram e TikTok. O que elas tem em comum? Todas foram produzidas utilizando a inteligência artificial.
Assim como na arte e na arquitetura, essa tecnologia vem sendo adotada pelos fãs de moda. Bastam algumas palavras para os computadores imaginarem uma collab inusitada, montarem editoriais inteiros ou revelarem as peças dos sonhos que ainda não existem de forma física.
As redes generativas já existem há algum tempo, basta pensar em serviços como o This Person Does Not Exist, especializado em gerar rostos humanos artificiais. Nos últimos anos, porém, a criação de imagens por meio da inteligência artificial deu um pulo.
Ferramentas recentes como Midjourney, Stable Diffusion e DALLE-2 permitem a qualquer um gerar imagens complexas a partir de prompts de texto, sem conhecimento prévio de moda ou de tecnologia, traduzindo em interfaces acessíveis conceitos matemáticos complexos de deep learning, como o espaço latente. Essas ferramentas ainda não são abertas a todos, mas versões mais simples como o Craiyon deixam ter o gostinho de como é transformar conceitos verbais em imagens.
O uso dessa tecnologia levanta questões sobre originalidade – as máquinas são criativas ou só estão copiando o que foi feito por humanos previamente? –, autoria e os vieses implícitos nesses modelos, criados por grupos não-diversos e alimentados com conteúdo retirado da internet.
Fonte: Guia Jeans Wear
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