SP tem estoque de remédios do ‘kit intubação’ de pacientes com Covid para apenas uma semana

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Governo paulista afirma que problema ocorre por falta de fornecimento do governo federal. Secretaria da Saúde diz ter orientado gestores das unidades a utilizarem ‘racionalmente’ os medicamentos e otimizar medidas ‘para garantir assistência a quem precisa’. Ministério da Saúde alega que envio de produtos começou a ser feito nesta terça (23).

O estado de São Paulo tem estoque de medicamentos necessários para intubação de pacientes em estado grave de Covid-19 para só mais uma semana.

Segundo a Secretária Estadual da Saúde, o risco de desabastecimento se deve à falta de envio dos remédios por parte do governo federal.

“O governo federal fez somente uma liberação de neurobloqueadores [usados para sedação] em quantidade suficiente para apenas dez dias de consumo. Atualmente, o estado tem estoque estimado para uma semana para os hospitais públicos que atendem casos de Covid-19”, afirma a secretaria.

Os neurobloqueadores são usados para relaxar a musculatura, a caixa torácica e ajudam os pacientes permanecer com ventilação mecânica e a suportá-la. Entre os mais usados no país, estão atracúrio, rocurônio e cisatracúrio.

Nesta terça-feira (23), o estado registrou 1.021 mortes provocadas pela doença, novo recorde desde o início da pandemia. São mais de 12 mil pessoas internadas nas Unidades de Terapia Intensiva.

Por conta do baixo estoque dos remédios do kit intubação, a Secretaria da Saúde diz ter orientado os gestores dos serviços de saúde que compõem as redes pública e privada do estado a manter o monitoramento da demanda e a utilizar “racionalmente estes produtos e otimizem medidas para garantir assistência a quem precisa”.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Em nota, o Ministério da Saúde disse que começou a entregar, nesta terça, mais de 1,4 milhão de unidades de medicamentos de intubação orotraqueal para todo o Brasil em parceria com duas empresas fabricantes.

Ainda de acordo com a pasta, o cronograma de entregas é feito com base no monitoramento realizado nos estados e municípios, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais da Saúde (Conasems) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Leitos do Hospital de Campanha Pedro Dell'Antonia, que atende pacientes com a COVID-19 no município de Santo André, na Grande SP, em março de 2021. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Leitos do Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia, que atende pacientes com a COVID-19 no município de Santo André, na Grande SP, em março de 2021. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Internados

O número de pacientes internados com Covid-19 subiu 113% no estado de São Paulo em apenas um mês. Ele é mais de três vezes maior que em toda a Argentina, que tem população semelhante ao estado, com aproximadamente 44 milhões de habitantes.

As taxas de ocupação dos leitos de UTI do estado de São Paulo também já superaram os índices registrados no pico de 2020 da pandemia.

Nesta segunda-feira (22)P, a ocupação média chegou a 91,9% no estado de São Paulo, contra 77,2% no momento mais grave da pandemia no ano passado, no final de maio.

O índice foi a 91,6% na Região Metropolitana da capital. Na Grande São Paulo, a taxa se aproxima do recorde registrado em maio de 2020, quando a ocupação chegou a 92,2%.

Em 10 de março, o governo de São Paulo já havia alertado para a dificuldade de atender a população, uma vez que o ritmo de novas internações estava maior que o dos períodos de alta de contágio.

Mortes à espera de leitos

Mais de 135 pessoas com Covid-19 ou suspeita da doença não resistiram à espera por um leito de UTI e morreram até esta segunda-feira (22) no estado de São Paulo. O levantamento é do G1, da TV Globo e da GloboNews.

Entre as vítimas, há um menino de três anos, uma jovem de 25 sem doenças prévias, que morreu no interior do estado, e um rapaz de 22 anos da capital paulista.

As cidades com maior registro de mortes na fila por leito de UTI estão na Grande São Paulo: Taboão da Serra e Franco da Rocha.

Os pacientes estavam cadastrados no sistema de regulação de transferências do estado, mas não resistiram até que uma vaga estivesse disponível, de acordo com a Secretaria da Saúde.

Fonte: g1.globo.com

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