O comportamento do consumidor, ainda “imprevisível” em um futuro próximo, se mostrou uma preocupação para varejistas globais e fabricantes de bens de consumido durante a conferência Consumer Goods Forum’s Global Summit, nesta terça-feira. O evento foi realizado em Dublin, na Irlanda.
A preocupação, de fato, não é em vão. O Índice de Preços STOXX Europe 600 Retail EUR perdeu mais de um quinto do seu valor desde o início de 2020. A métrica equivalente para fabricantes europeus de alimentos e bebidas caiu mais de 4%.
De acordo com o presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, há inúmeros fatores que colaboração para a atual situação: as tensões políticas aumentaram; a mudança climática entrou em “outro estágio de crise”; o macroambiente mudou drasticamente; e a pandemia de Covid-19 ainda estava em andamento.
“Para nós, como CEOs, isso significa que a crise é o novo normal […] O que estivemos acostumados nas últimas décadas – inflação baixa, comércio internacional – acabou. Não é o novo mundo”, indicou Bompard.
O cenário estremeceu ainda mais para as indústrias de manufatura e bens de consumo com uma séria crise na cadeia de suprimentos, com remessas presas em engarrafamentos devido a fatores como bloqueios pandêmicos, compras de pânico e as sanções impostas à Rússia devido à invasão na Ucrânia, que começou em fevereiro.
As empresas de bens de consumo devem se acostumar com a ideia de “a crise ser mais ou menos o novo normal” enquanto lutam contra a inflação crescente, as mudanças climáticas e uma crise alimentar global, disse o presidente da Unilever, Alan Jope. “A mãe de todas as crises é, obviamente, a emergência climática“, completou.
O aumento da inflação também ascende um sinal de alerta. “A inflação é uma dinâmica, particularmente na Europa, à qual precisamos começar a nos acostumar”, indicou Ayla Ziz, head global de vendas da Danone, à Reuters.
Fonte: Guia Jeans Wear
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