Saiba como fazer a transição de um trabalho formal para o empreendedorismo

Empreendedorismo

VAE mostra como se preparar financeiramente para uma mudança de carreira.

Decidir a hora de largar o emprego formal, muitas vezes com carteira assinada, para ser o dono do próprio negócio é uma decisão que precisa levar em conta as variáveis de cada formato de empresa e ramo de atuação.

Mas, seja por um sonho pessoal de empreender, pela necessidade de ficar mais em casa ou por não se identificar com os valores do emprego atual, a modificação da trajetória profissional é possível.

Para saber como estruturar um novo negócio, o VAE foi buscar respostas com a professora do MBA de Empreendedorismo e Desenvolvimento de Novos Negócios da FGV, Maria Candida Torres, que alerta:

“É preciso avaliar a capacidade da nova empresa de suportar eventuais turbulências e até mesmo de se reinventar. Muitas vezes ocorrem quedas de demandas e o negócio não consegue suportar”.

Com receio de tocar a ideia sozinhas, algumas pessoas acabam optando por uma sociedade. Para a professora, é preciso ver os dois lados da moeda. Se, por um lado, é uma forma de complementar competências, do outro, pode ser o primeiro motivo do negócio dar errado.

“Às vezes, um empreendedor está tão confiante quanto cego e qualquer pessoa que aparecer com um mínimo de empolgação será vista como um potencial sócio. É preciso ter calma, buscar quem tenha competências necessárias e se comprometa com o tempo necessário. Se possível, que entre com recursos financeiros. Um contrato claro também é importante para que não tenha surpresas”, explica Maria Candida.

A questão financeira é justamente o ponto que mais trava o futuro empreendedor. A atriz e produtora artística Daíse Amaral, 46 anos, empreendeu sozinha, mas usou da experiência de 15 anos atuando em bancos e com finanças pessoais para decidir pela transição de carreira aos 30 anos, virando atriz e produtora. Hoje, em cartaz com sua décima segunda peça teatral, ela traz uma dica importante para quem pensa em largar a CLT:

“Minha dica número um: nunca tenha só um emprego. Quando um ‘apaga’ por situações como o Covid, tem o outro para suprir. Você tem que transitar entre dois empregos que goste, claro, nenhum deles pode ser um fardo. Na pandemia, quando a produtora parou, dei aula online de introdução ao mercado financeiro e investimentos”, comenta Daíse, que antes do registro profissional como atriz, fez especialização em finanças pela USP e curso na Bolsa de Valores de Nova York para operar com ações.

Daíse trabalhou no mercado financeiro e hoje está em cartaz como atriz. — Foto: Arquivo pessoal

Daíse trabalhou no mercado financeiro e hoje está em cartaz como atriz. — Foto: Arquivo pessoal

Prepare-se financeiramente

Tanto Daíse quanto a professora Maria Candida sugerem precaução quando o assunto é dinheiro para o período inicial da vida de empreendedor, período em que os custos e despesas podem ser maiores do que as receitas.

“Tenha um fundo de emergência para que, se tudo der errado, você tenha a quantia para o custo de vida mensal por 6 meses para te salvar”, defende Daíse.

Planejamento é a palavra-chave. Um capital extra para lidar com o risco dos aumentos dos custos e despesas também é bem-vindo. Maria Candida sugere fazer uma projeção do fluxo de caixa do negócio e uma análise de sensibilidade considerando diferentes cenários. Confira outros pontos importantes para empreender com sucesso:

Entenda qual tipo de investimento precisará

Baixo investimento: se o negócio demanda pouco dinheiro (exemplo: passeador de cães, construção de sistemas, edição de vídeos, design digital), poderá ser iniciado imediatamente.

Alto investimento: demandará um plano de negócios prático que mostre como as fases do projeto serão orquestradas e o capital necessário para concluir cada uma delas. Essa estruturação ajudará a planejar a captação de recursos.

De onde tirar o dinheiro para a largada

Poupança: se demandar um investimento pequeno ou compatível com sua reserva, você pode investir em equipamentos melhores ao longo do tempo. Observe como os clientes estão reagindo ao seu produto mesmo com a capacidade de produção limitada. Neste caso, vale também buscar apoio financeiro na família.

Empréstimo: se o valor do empréstimo é o que você tem na poupança, avalie quanto pagará de juros. Mesmo que recorra ao valor da reserva pessoal, lembre-se de que o dinheiro é da pessoa física, não da jurídica. Você deverá ir pagando para si mesmo.

Investidor: se o negócio demandar uma grande quantidade de recursos iniciais, é possível buscar investidores com a apresentação do produto mínimo viável. Alguém que tenha afinidade com o projeto poderá ajudar com o capital para o negócio prosperar.

Fonte: G1

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