Desemprego bate recorde em 20 estados brasileiros em 2020, diz IBGE

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As maiores taxas médias do ano foram registradas em estados do Nordeste e as menores, no Sul do país. Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, desemprego recuou em apenas cinco estados.

Os impactos negativos da pandemia do coronavírus sobre o mercado de trabalho levaram 20 estados brasileiros a registrarem recorde da taxa média de desemprego em 2020. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os resultados regionais acompanharam a média nacional. Conforme divulgado pelo IBGE na última semana de fevereiro, a taxa média anual de desemprego do país em 2020 foi de 13,5%, a maior de toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

As maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste e as menores, no Sul. Somente em sete estados a taxa de desemprego média do ano não bateu recorde. São eles: Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Pernambuco, Espírito Santo, e Santa Catarina.

Somente sete estados não registraram taxa de desemprego recorde em 2020, segundo o IBGE — Foto: Economia/G1

Somente sete estados não registraram taxa de desemprego recorde em 2020, segundo o IBGE — Foto: Economia/G1https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Dentre os 20 estados que registraram recorde, 12 tiveram taxa superior à média nacional. Os estados nos quais a taxa foi menor que a média do país são: Rondônia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

A pesquisa mostrou, também, que:

  • Em 15 estados, mais da metade da população estava desempregada;
  • RJ foi o único estado fora do Norte e Nordeste com menos da metade da população ocupada;
  • Queda disseminada da informalidade pelo país puxou alta do desemprego;
  • No 4º trimestre, desemprego caiu em apenas cinco estados;
  • Desemprego foi maior entre mulheres, jovens, pretos e pardos;
  • Bahia tinha o maior número de desalentados do país;
  • Piauí teve a maior taxa de trabalhadores subutilizados; Santa Catarina, a menor;
  • Amapá tinha a maior proporção de trabalhadores por conta própria; DF, a menor;
  • Maranhão tinha o menor percentual de carteira assinada; Santa Catarina, o maior;
  • Rendimento médio caiu no Sudeste e Nordeste no 4º trimestre.

Menos da metade da população ocupada

Em 15 estados, a maioria do Norte e Nordeste, o nível de ocupação ficou abaixo de 50% em 2020. Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar nestes estados estava ocupada no ano. Na média nacional, foi a primeira vez que isso aconteceu.

O nível de ocupação mais baixo foi registrado em Alagoas. O Rio de Janeiro foi o único estado fora do Norte e Nordeste onde o nível de ocupação ficou abaixo de 50%.

Na maioria dos estados, mais da metade da população em idade de trabalhar estava desempregada em 2020 — Foto: Economia/G1

Na maioria dos estados, mais da metade da população em idade de trabalhar estava desempregada em 2020 — Foto: Economia/G1

De acordo com o IBGE, a população ocupada em todo país foi reduzida em cerca de 7,3 milhões de pessoas na comparação com 2019.

Queda da informalidade reduziu a ocupação no país

O IBGE destacou que a crise no mercado de trabalho afetou, inclusive, o trabalho informal no país, considerado a porta de mais fácil acesso à ocupação. E foi a queda do número de trabalhadores informais a principal responsável pelos recordes da taxa de desemprego e baixo nível de ocupação.

“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano”, explicou Adriana Beringuy.

São considerados trabalhadores informais, segundo o IBGE, aqueles ocupados sem carteira, os trabalhadores domésticos sem carteira, os empregadores sem CNPJ, os que trabalham por conta própria sem CNPJ e os trabalhador familiar auxiliar.

O levantamento mostrou que a taxa média de informalidade do país caiu 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020.

Entre os estados, 19 superaram a média nacional – variou de 39,1%, em Goiás, até 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50%.

Apenas São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.

No 4º trimestre, apenas cinco estados registraram queda do desemprego

Na média nacional, a taxa de desemprego caiu de 14,6% para 13,9% na passagem do terceiro para o quarto trimestre. Entre os estados, no entanto, essa redução foi observada em apenas cinco: Minas Gerias, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão e Roraima.

““Em alguns outros estados, embora tenha havido uma tendência de redução da taxa, ela não foi significativa estatisticamente. A realidade da grande maioria dos estados brasileiros é de taxas bem maiores do que era um ano atrás”, afirmou a analista da pesquisa Adriana Beringuy.

Desemprego maior entre mulheres, jovens e pretos e pardos

No último trimestre de 2020, o desemprego atingia mais as mulheres, os jovens e os pretos e pardos, segundo o IBGE.

A taxa de desemprego entre os homens foi de 11,9%, enquanto entre as mulheres ela chegou a 16,4% – uma diferença de 4,5 pontos percentuais (p.p.) – e ficou acima da média nacional.

Entre as pessoas autodeclaradas pretas, a taxa foi de 17,2%, enquanto a dos pardos foi de 15,8%, ambas acima da média nacional. Já entre os brancos a taxa foi de 11,5%.

Ao analisar a população desempregada por faixa etária, o IBGE identificou que a taxa foi maior entre os mais jovens. Para o grupo de 14 a 17 anos de idade, ela foi de 42,7%, para o de 18 a 24 anos, de 29,8%, e para o de 25 a 39 anos, de 13,9%.

O desemprego também foi maior entre as pessoas com ensino médio incompleto, cuja taxa de desemprego foi de 23,7%, superior à dos demais níveis de instrução. Entre pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 16,9%, mais que o dobro da verificada entre aqueles com nível superior completo, 6,9%.

Fonte: g1.globo.com

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