Dia das Mães: maternidade e empreendedorismo criam laços e histórias

Empreendedorismo

Mulheres contam como começaram o próprio negócio e o que fazem para passar mais tempo com os filhos

Há 22 anos, Alessandra Belota de Oliveira Meneses começou a empreender quando ainda morava em Manaus (AM), e Raphael, seu filho mais velho, tinha apenas 2 anos de idade. Ela ainda é mãe de Felipe, de 14, e Lucca, de 7 anos.

Com a ajuda do marido, Ricardo, conseguiu investir em uma pequena loja de bijuteria. No começo era somente ela e a sua sócia e irmã, Anelisia. A loja era pequena, e apenas uma entre uma dúzia localizada em uma galeria no centro da cidade.

No mesmo ano da inauguração, em 1998, mudou-se para São Paulo e dividiu as tarefas com a irmã. Alessandra cuidava dos produtos, comprava na capital paulista e mandava por uma transportadora para Manaus, e Anelisia cuidava do dia a dia da loja, do estoque e das vendas.

Conta que, no começo, precisava de alguma ajuda com o filho, mas que fazia questão de fazer parte do cotidiano e de acompanhar cada pequeno passo dele.

O marido, analista de projetos, também por ter uma rotina de muito trabalho, pouco tempo poderia disponibilizar para o pequeno negócio.Publicidade

Vez ou outra, ela precisava ir para a cidade natal resolver algumas coisas e tomar conta do negócio. Aproveitava para visitar a família e, principalmente, o seu pai.

Ao longo do tempo, o empreendimento cresceu, o trabalho aumentou e, além de expandir a loja, comprou a galeria onde fica o estabelecimento. Atualmente, grande parte da renda familiar vem da empresa.

Com a melhora da tecnologia, o modelo de negócio mudou um pouco. “Hoje, eu faço tudo praticamente pelo WhatsApp, quase 80% da operação eu consigo fazer por aqui. Mas a rotina é difícil, às vezes, preciso ficar até madrugada resolvendo as coisas, fazendo contas e trabalhando. Não tem muito horário”, explica.

“Quando você é dona do próprio negócio, precisa colocar a mão na massa, trabalhar todo dia e ter a consciência que não tem horário mesmo. Tem que se dedicar bastante, mas vale a pena”, complementa.

Mas se engana quem pensa que deixou de dar a atenção aos filhos por conta da rotina pesada. Relata que sempre fez questão de acompanhar de perto o crescimento, a criação, o cotidiano de cada um deles. “É algo que eu não abro e não abriria mão de forma alguma. Para mim, a coisa mais importante são os meus filhos. O Lucca, que é o mais novo, eu levo e busco na escola todo dia”, afirma.

Raphael, o mais velho, lembra bem como era. “O que ela fazia era espetacular. Saía às 6 da manhã para me levar na escola, depois ia para a 25 de Março, carregava sacola, resolvia tudo e no final da tarde ainda voltava para ficar com a gente, brincava e participava de tudo. Minha mãe é uma loucura! ”

Ela relata, rindo, que os filhos não são muito ligados no trabalho da mãe, com exceção do mais velho, porque acompanhou desde o início. “O Lucca e o Felipe, até por serem mais novos, não sabem muito bem o que eu faço, não acompanham tanto assim”, explica.

Raphael foi quem mais participou, e conta que, às vezes, pedia para ficar atrás do balcão, nos bastidores da loja, geralmente na véspera do Natal. “Era um pouco estressante, tinha muita gente e eu ficava até meio atordoado, mas no fundo eu gostava. Hoje, não participo mais”, ele brinca.

A infância é a alma do negócio


Natielle Krassmann nunca esqueceu das bonecas de pano que a sua avó fazia para ela na infância. Ela lembra bem dos detalhes da confecção e da avó criando uma espécie de ritual para “dar vida” às bonecas. Isso sempre foi muito especial para ela.

Foi com essa memória afetiva que Natiellie se reuniu com a amiga Veronicah Sella e lançou uma marca que permite às crianças e mães criarem as próprias bonecas, dando a elas cheiro, voz e estilo.

“Lembro da minha avó fazendo bonecas de pano e reunindo todos os netos num ritual para darmos vida a elas. Queria que a minha filha também vivenciasse essa emoção e lembrasse com carinho das experiências de sua infância”, diz Natielle.

O que começou como uma ideia, hoje se transformou em realidade. São diversas lojas físicas espalhadas pelo país e muitas relações criadas entre as pelúcias e as famílias.

Hoje, grande parte dos consumidores é de adultos que também querem ter uma pelúcia, com a a opção de gravar a voz dos filhos e reproduzir no produto.

A relação entre mãe e filho não só serviu como base para a ideia da empresa, como também para a força motora que mantém o negócio.

“Comecei a pintar de forma despretensiosa e hoje é minha vida”

Taísa Nunes, de 45 anos, começou de outra forma. Despretensiosa, em meio à pandemia, como um hobby. Ela conta que, por conta da higiene e dos cuidados necessários para conter o avanço do novo coronavírus, pintou uma sapateira que havia comprado.

O resultado agradou a ela e ao filho e resolveu também pintar um filtro, dessa vez da sua tia. Publicou, como quem não quer nada, a foto nas redes sociais. Explodiu, mais de 12 mil curtidas.
“Hoje pinto peças de barro e também madeira, mas minha paixão são os filtros de barro. Eles me remetem a uma memória afetiva maravilhosa e com isso consigo espalhar todo esse amor e cor através da minha arte”, ela conta.

No começo, pediu ajuda do marido e até do filho Bernardo, à época com 10 anos de idade. A operação toda era bem caseira e a ajuda da família foi fundamental. “O Bernardo se envolveu, me ajudando e ainda dividiu seu espaço com muitos filtros, já que tudo era feito na sala da minha casa.”

Hoje, como sucesso das vendas, a empresa foi expandida e é composta por três pessoas que, segundo ela, se dividem entre as tarefas e se ajudam bastante para que o pequeno empreendimento tenha vida.

Mãe e filho tiveram que se adaptar com a nova rotina, que no começo não foi fácil. Taísa conta que, mesmo mais ocupada e mais cansada, tenta sempre achar tempo para ficar com ele: “Eu ficava muito atarefada, extremamente ocupada, e ambos tivemos que ser pacientes, mas ele é um menino muito maduro e compreensivo e eu tentava sempre reservar um tempo para estar com ele, mesmo cansada”.

A quarentena imposta pela pandemia, porém, até teve seus efeitos positivos para eles, que passaram a conviver mais. Ele, assistindo aulas à distância, e ela, trabalhando de casa. “Fazíamos companhia um ao outro”, explica.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas

Fonte: R7 Notícias

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