Pesquisa conduzida pelo Sebrae mostra leve redução do número em 2021, com retorno gradual do mercado de trabalho.
O empreendedorismo ainda é marcado pelo investimento por necessidade e falta de outras oportunidades no mercado de trabalho. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2021 mostra que 48,9% dos novos negócios no país são abertos ou mantidos com essa motivação.
A GEM é uma sondagem feita em 50 países e coordenada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Brasil. O país participa da pesquisa desde 2002.
Ainda alto, o número de empreendedores por necessidade teve uma leve queda em relação a 2020 (50,4%). Segundo o Sebrae, esse é um indicativo de melhora do mercado de trabalho, com a maior flexibilização da economia depois da campanha de vacinação contra a Covid-19.
A taxa de desemprego no Brasil, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou no 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. Ainda são 12 milhões de brasileiros afetados, mas esse número já chegou a quase 15 milhões nas fases mais duras da pandemia
Escolaridade mais alta
A pesquisa também detectou que a escolaridade do empreendedor brasileiro está mais alta. São 28,5% dos empreendedores que têm ensino superior completo. É o maior número desde 2013.
São mais de 4 pontos percentuais de avanço em relação a 2020 (24,4%). Para o Sebrae, um grau de escolaridade mais avançado permite uma maior saúde de gestão e melhor chance de desenvolvimento das pequenas e médias empresas brasileiras.
Atualmente, ainda domina o ensino médio completo entre os empreendedores. São 47,1% do universo pesquisado.
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Mais negócios estabelecidos
Outro destaque da pesquisa GEM 2021 é que o percentual de negócios estabelecidos também cresceu de 8,7% em 2020 para 9,9% em 2021. Esse grupo é de empresas com 3 anos e meio ou mais.
Também subiu o empreendedorismo nascente, categoria que representa os primeiros passos no setor e chegou a 10,2% dos negócios. Por outro lado, houve queda no empreendedorismo inicial e novo.
A interpretação do Sebrae é que boa parte dos negócios mais antigos sobreviveu bem à pandemia e o fluxo de novos empreendedores continua a chegar. Mas, muitos que arriscaram nas “águas turbulentas” da Covid ou foram pegos em fase de ganho de tração não conseguiram resistir à crise.
Fonte: G1