Após o anúncio do aumento de preço da gasolina e do diesel por parte de Petrobras na última semana, a classe de caminhoneiros se juntou em alguns protestos no último fim de semana. Diante desse cenário, o presidente da República, Jair Bolsonaro pede compreensão da classe, e espera que greve dos caminhoneiros não aconteça, veja.
Greve dos caminhoneiros: paralisações já aconteceram no último fim de semana
Desde a última sexta-feira, 11 de março, novos preços para a gasolina e o diesel já foram repassados da Petrobras para as distribuidoras. Porém, desde o anúncio da elevação dos preços, a classe de caminhoneiros tem se juntado e analisa uma possível paralisação em protesto aos constantes aumentos.
Já no primeiro dia de reajuste, um grupo de caminhoneiros bloqueou a Avenida Transnordestina, na região de Feira de Santana, na Bahia, cidade cerca de 100 km de Salvador, capital do estado, conforme apurado pelo G1.
O dia seguinte, 12 de março também registrou bloqueios, dessa vez na BR-116, no sudeste da Bahia. Onde um grupo de caminheiros fechou a estrada com pneus, o que ocasionou em um congestionamento de mais de 15 km. A pista foi liberada por volta das 17h pela Polícia Rodoviária Federal
Dessa forma, desde o anúncio, entidades da categoria se reúnem para negociar um reajuste no valor do frete. Além disso, as mesmas criticam a atual política de preços da Petrobras, onde o valor do combustível é reajustado conforme o preço do barril de petróleo.
Confederação Nacional do Transporte defende repasse do frete
Em nota, a CNT (Confederação Nacional do Transporte), entidade de representação do setor de transporte no Brasil, anunciou que defende a necessidade da recomposição imediata do preço do frete rodoviário em razão do reajuste anunciado pela Petrobras, de quase 25% no valor do óleo diesel.
De acordo com a entidade, tal medida se justifica para evitar o colapso de inúmeras empresas transportadoras, que, antes mesmo desse novo reajuste, já vinham negociando com os seus clientes o repasse dos quase 50% de aumento no diesel registrado em 2021.
“É claro que nos preocupamos com a população e com as consequências que o repasse desse aumento trará na vida das pessoas. Estamos atentos e muito preocupados com toda essa situação, mas o setor, infelizmente, não tem mais quaisquer condições de segurar esse aumento, que deve ser repassado imediatamente no valor frete.
Do contrário, colocaremos em risco a própria sobrevivência de muitas empresas de transporte, que são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil”, afirma o presidente da CNT, Vander Costa.
A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores, a Abrava, também se posicionou e afirmou que a classe de caminhoneiros segue “refém do mercado financeiro com a variação do dólar”.
Bolsonaro pede compreensão da categoria
Ao ser questionado sobre o tema, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que entende, porém pede compreensão aos caminhoneiros. “Alguns falam de greve. Sei disso. Lamento. Espero que não haja” relatou o presidente ao Estado de São Paulo.
O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, também se posicionou e afirmou que acha “muito correto” uma possível paralisação da classe. O comentário foi direcionado ao Wanderlei Alves, um dos líderes da greve de 2018.
No entanto, o Ministério da Infraestrutura, afirmou em nota que “O ministro mantém canal aberto com a categoria e já defendeu abertamente, inúmeras vezes, que as principais questões que afetam o setor são correlatas ao próprio mercado. Cabe aos próprios trabalhadores dialogarem entre si para buscar as melhores soluções. Em nenhum momento, o ministro apoiou uma greve”.
Com informações: PRF-BA, CNT, Isto é Dinheiro
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