Março é o mês do Dia Mundial da Obesidade, mas existe a luta para que a gordofobia seja extinta em todo o mundo

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Com um número elevado de pessoas com obesidade no Brasil e no mundo, a gordofobia acontece cada vez mais com discurso de ódio e rejeição às pessoas gordas.

O mês de março, além de homenagear as mulheres, também conta com um assunto polêmico e atual, a obesidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje, mais de um bilhão de pessoas no mundo são obesas, sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças. De acordo com as estatísticas, até 2025, cerca de 167 milhões de pessoas (entre adultos e crianças) ficarão acima do peso ou obesas.
Ainda segunda a OMS, a obesidade atinge o coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo, levando as pessoas a possuírem doenças crônicas não transmissíveis – as DCNTs, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2, câncer, acidente vascular cerebral e problemas de saúde mental. Sem contar que, pessoas obesas possuem três vezes mais chances de serem hospitalizadas em casos da COVID-19.
Em uma conversa com a nutricionista, Dra. Kharen Bouridis, o ponto-chave para prevenir a obesidade é começar a trabalhar uma alimentação adequada desde cedo. “Comer bem durante a sua vida, incluindo [no caso das mulheres] o momento da gestação, é muito importante para que não aconteça a obesidade”, comenta. “Para os bebês, amamentação exclusiva até os seis meses de idade ou até dois anos ou mais, é o ideal”, revela.
A obesidade é um assunto muito grave, pois afeta a saúde física e mental da pessoa.
Um bom exemplo disso, no Brasil, foi o estudo realizado pela Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que, em 2020, 60,3% dos brasileiros com 18 anos ou mais estavam acima do peso em 2019. Isso chega a ser 96 milhões de pessoas.
O estudo também demonstrou que a proporção de pessoas acima do peso com 20 anos ou mais passou de 12,2%, em 2003, para 26,8%, em 2019.
Outra estatística, da Skol Diálogos em parceria com o IBGE, em 2017, aponta que, 92% dos brasileiros admitiram que sofreram com gordofobia no convívio social.
A gordofobia, segundo a nutricionista, “é um preconceito contra pessoas gordas, que somente prejudica a vida e a saúde dos indivíduos que não possuem o IMC [Índice de Massa Corporal] entre 18,5 e 24,9”.
Segundo a doutora, a gordofobia tem como raiz um problema cultural. “A cultura da indústria da beleza está na raiz da gordofobia, um sistema milionário que impulsiona o medo em relação à comida, tentando moldar os corpos aos padrões impostos por ele, levando à sérios problemas de saúde física e mental. O que significa que você pode passar a vida inteira pensando que está irreparavelmente errado só porque não parece o ‘ideal’”, explica.
“A maioria de nós aprendeu que ter um modelo de corpo específico é muito importante para as relações sociais, felicidade, sucesso e valorização. Infelizmente, é uma questão de cultura social, provavelmente até de tradição imposta através da ditatura da beleza”, esclarece a nutricionista.
De acordo com ela, o IMC foi inventado por Adolphe Quetelet, um matemático, que buscava a medida perfeita para o homem europeu adulto. Então, “por conta do IMC, que é utilizado em diversas áreas da saúde, as pessoas, que têm atitudes discriminatórias contra pessoas gordas, têm preconceito, rejeitam, patologizam, diminuem, ridicularizam a gordura e as pessoas gordas. E, muitas vezes, isso é só uma maneira de demonstrar que possuem medo de engordar. É aquela história de, tenho medo de ser assim, então vou zombar de quem é”, relata a Dra. Bouridis. E ressalta, “precisamos lutar por um mundo liberto de gordofobia, pois ela machuca, através do ódio, da rejeição e da violência, quem está obeso”.
Ao conversar com uma pessoa que já sofreu com esse mal, Paulo Carlos de Menezes, 35 anos, relata que “a gordofobia faz com que os médicos, além de outras pessoas, nos tratem de forma diferenciada nas consultas”. Para ele, essa distorção também faz com que a saúde mental seja atingida. “Ninguém gosta de ser tratado diferente, somente por conta do peso. Acredito que a história da pessoa, as nossas expectativas, o nosso comportamento alimentar e a nossa genética precisam ser levadas em consideração, pois não existe pessoa que é gorda porque quer”, comenta Menezes.
Para a Dra. Bouridis, as pessoas precisam ser mais amáveis, com mais compaixão pelas outras. “O dia 4 de março é o dia mundial da obesidade e é necessário que as pessoas sejam mais humanas, se coloquem mais no lugar de quem sofre com o peso e com a gordofobia. Discurso de ódio não leva à nada!”.
“A minha missão é ajudar as pessoas a se verem como a melhor versão de si mesmas com o autoamor e a saúde que elas merecem”, finaliza.


CONSULTAS
Em todas as consultas, o nutricionista deve ouvir o paciente, fazendo a análise por completo, desde a genética até o entendimento dos hábitos alimentares. “Precisamos conhecer toda a vida do paciente e tentar entender aspectos que fizeram com que ele tenha obtido muito peso em determinado momento da vida e direcioná-lo a comer de uma forma que apoie sua saúde e a se sentir confiante em suas escolhas alimentares”, comenta a nutricionista.
Após essa análise, deve-se fazer os ajustes na alimentação da pessoa, desde que se encaixe com a sua rotina e preferência, seguido da bioimpedância (avaliação física), se o paciente estiver se sentindo confortável para fazer.
Com a Dra. Kharen Bouridis, as consultas duram cerca de uma hora, exatamente para o paciente conseguir conversar, expor os seus pontos de vista e tirar as suas dúvidas. Ela atende de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas, e aos sábados, das 9 às 12 horas, na Avenida Laurinda Cardoso Mello Freire, 60, Vila Oliveira, Mogi das Cruzes/SP, ou de maneira on-line. Seus pacientes são a partir de cinco anos até adultos. Mais informações para consultas podem ser dadas por meio de mensagem para 11 91269-4153.

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