Fotografias feitas por mulheres ocupam o metrô República, em São Paulo

Unindo trabalhos de diversas regiões do país, a exposição Presença propõe a conexão entre mulheres, cada uma no seu tempo, mas com olhar que converge para temas em comum

Fotografias feitas por mulheres que se conectam esteticamente e “conversam entre tempos”. É este o mote da exposição Presença, que ocupará a estação República do metrô, em São Paulo, até o dia 31 de outubro de 2021. Editadas em dípticos, dialogando e propondo uma complementação entre elas, as imagens foram selecionadas pela curadora Mônica Maia, com consultoria da jornalista Simonetta Persichetti, a partir de uma pesquisa histórica que vem sendo trabalhada por Maia e Ivana Debértolis, nos últimos anos.

Com produção executiva da Frida Produções Culturais, o projeto, que nasceu antes da pandemia, tinha como espaço expositivo uma galeria ou centro cultural, mas depois de muito adiar, ganha vida agora, em um local de transição. “Historicamente, a mulher tem na cidade um lugar de passagem, uma pseudo-invisibilidade que, com o lugar escolhido para a exposição, acaba também conversando com a nossa proposta de dar visibilidade para a importância da mulher na fotografia. A singularidade do olhar feminino é revelada por cada uma das imagens e uma delicadeza sobre o que observam”, reflete Simonetta.

35 fotógrafas

No total, estarão expostas 39 fotografias, de 35 fotógrafas, de lugares e gerações diferentes, a mais jovem com 22 anos e a mais experiente nascida em 1913. São elas: Alice Brill, Ana Carolina Fernandes, Ana Caroline de Lima, Ana Mendes, Bárbara Cunha, Claudia Andujar, Elza Lima, Gabriela Matoso, Gisele Martins, Helen Salomão, Hélia Scheppa, Hildegard Rosenthal, Ilana Bar, Isa Lanave, Isabel Gouvêa, Isis Medeiros, Júlia Pontés, Larissa Noé, Larissa Zaidan, Leticia Valverdes, Lita Cerqueira, Luisa Dörr, Madalena Schwartz, Maíra Erlich, Márcia Foletto, Maria Vaz, Marlene Bergamo, Maureen Bisilliat, Melissa Warwick, Milena Paulina, Nair Benedicto, Nayara Jinknss, Paula Sampaio, Rosa Gauditano e Teresa Maia.

“A narrativa foi concebida por meio de conexões imagéticas, independente das gerações e regiões de cada uma das autoras, proporcionando o encontro entre trabalhos bastante conhecidos do público e outros que já nos chamavam a atenção nos anos de pesquisa, propositalmente. É urgente preencher lacunas de tempo e espaço e não permitir apagamentos.” explica Mônica Maia. É o caso da jovem Ilana Bar, que tem colecionado prêmios nos últimos anos com participações em festivais e publicações internacionais, e que, terá uma de suas imagens formando dupla com o famoso menino-anjo, de Maureen Bisilliat; assim como Bárbara Cunha, que divide um díptico com as indígenas de Claudia Andujar, e Maria Vez, com Hildegard Rosenthal.